Passeando pela internet me deparo com o lindo trabalho da Mariana Godoy, uma fotógrafa que se auto intitula gorda e que criou o projeto “Empoderarte-me”, uma seleção LINDA de fotografias sensuais apenas com mulheres gordas, que teve como ponto de partida os preconceitos que viveu com o próprio corpo. E não pense que foi grosseria minha não substituir a palavra “gorda” por acima do peso na frase, a própria Mariana gosta e usa a palavra em questão, segundo ela para discriminar a “gordofobia”.
Nós estamos tão acostumados com os padrões estéticos e com a ideia de que a sensualidade está relacionada à beleza, que, por sua vez, está relacionada ao corpo perfeito (leia-se magrinho para a maioria das mulheres!), que paramos de nos questionar. Só que isso é uma ideia errada de sensualidade que tem muito mais relação com atitudes, gestos, postura e comportamento do que com a balança. Posso falar: sou a prova viva disso, tenho 1,71 de altura e meu peso varia sempre na casa do 58 kg, 59 kg. E, com certeza, sensualidade não é meu ponto forte! Sou desajeitada, estabanada, com gestos tresloucados na maior parte do meu dia a dia. Enfim, a prova viva que não basta ser magra para ser sensual.
Por isso, e por ser até chata de tanto abordar esse assunto, meu coração vibra quando vejo imagens como essa, pois acredito que só assim desmistificaremos a ideia de corpo perfeito, do padrão de beleza, da beleza “uniforme”. Vendo isso, um sinal se ascende na nossa cabeça: epa!! a sensualidade não tem nada a ver com a balança!
Mulherada do meu Brasil, empoderamento feminino passa pela aceitação do seu próprio corpo, pela aceitação do que vê no espelho, pela auto aceitação. Passa por entendermos que somos muito mais que rostinhos bonitos, muito mais do bundas empinadas, muito mais que “gostosas”.
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Mudar seu corpo para que os meninos gostem, mudar seu corpo para agradar os outro? Sério, não dá! Se ame, se cuide, se aceite. Mas por você e nada mais. E, vou te dizer uma coisa: se você que está lendo acha que basta emagrecer para tudo na sua vida melhorar, terei que te dar uma notícia péssima: você continuará se sentindo insegura com sua aparência, vários dias se olhará no espelho e sentirá horrível. Porque, muitas vezes, isso vai além da aparência, tendo relação com insegurança, auto aceitação e amor próprio.
E antes que me achem maluca por trabalhar com atividade física e levantar essa bandeira, é importante que entendam o meu ponto de vista. Não acho que esculpir o corpo seja a chave para ser feliz pelos resultados estéticos que isso vai trazer. Não acho que vale tudo em busca do corpo perfeito, não acho que você deva mudar para se encaixar.
Acredito sim que quando nos cuidamos aumentamos nossa autoestima e nossa sensação de bem-estar, e percebemos do quanto somos capazes de nos amar, cuidar e admirar. Acredito em querer mudar seu corpo, melhorar sua saúde por motivos maiores que a busca pela aceitação. Não sou radical do tipo: “ahhh se você quer emagrecer é porque não se ama” ou “se colocou botox porque tem baixa autoestima”. Todas nós estamos sujeitas a não gostar de alguma coisa em nós mesmas e de querer mudar, se amar não significa, necessariamente, não querer mudar. Mas, você tem que saber que você é digna de admiração, respeito e amor independente do seu corpo, é nisso que acredito. E que mudar deve significar evoluir, melhorar, lapidar e não se torturar para conquistar algo em você, em busca de um padrão ideal. O corpo é seu, as regras são suas e a decisão do que mudar e porque mudar também deve ser.
Felicidade, com amor próprio, segurança se relaciona com o fato de você saber quem é, o que quer, onde quer chegar. É saber o que quer mudar na sua vida e mudar por se amar e não por se odiar. E quando vemos essas mulheres, cheias de si, super seguras e lindas, a certeza que nos vem à cabeça é só uma: isso vem de dentro para fora!
Beijos e até a próxima
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